sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

BICHO DE PÉ


TUNGÍASE OU BICHO DE PÉ


A Tunga penetrans é a menor das pulgas conhecidas no mundo, com aproximadamente 1mm de comprimento. Sua larva se desenvolve em solos quentes, secos e arenosos de praias e zonas rurais. É endêmica na América do Sul e Central, no Caribe, na África sul-sahariana e oeste da Índia, sendo rara na Europa e América do Norte.Tanto os machos quanto as fêmeas se alimentam de sangue, de maneira intermitente, mas a infestação do parasita na epiderme de alguns mamíferos, entre eles o homem, se dá por fêmeas grávidas,onde irá nutrir seus ovos a partir de nutrientes contidos em seu sangue.
As lesões podem ocorrer em qualquer parte do corpo, preferencialmente nas regiões plantares periungueais e interdigitais.Podem ser únicas ou múltiplas e se caracterizam por pápulas ceratósicas com elevação central enegrecida, que corresponde à parte posterior da pulga.De acordo com estudos brasileiros realizados em Fortaleza e no Rio Grande do Sul, estima-se que 16% dos contaminados apresentem tungíase disseminada.

A história natural da tungíase desenvolve-se em cinco fases, de acordo com a classificação de Fortaleza. Na fase I ocorre a penetração da pulga na epiderme, provocando processo inflamatório local com dilatação dos vasos dérmicos. Na fase II, o parasita penetra a cabeça na derme e se alimenta nos vasos sangüíneos; a cauda fica na superfície, para respiração, eliminação de excretas e ovos. Na fase III há produção de ovos; o corpo atinge 7mm de comprimento; é possível então identificar, clinicamente, um halo amarelado abaixo de área hiperceratótica. A fase IV ocorre após a deposição dos ovos. A pulga morre, e sua carapaça é expelida. Por fim, na fase V, há reorganização da epiderme, em aproximadamente quatro semanas, restando pequenos resíduos que ficarão ali por meses. Os ovos liberados na fase III, em três ou quatro dias, tornam-se larvas, que se transformam em pupas. Após duas semanas, as pupas estão adultas e, ao encontrar outro hospedeiro, se multiplicam e completam o ciclo.Ovos, larvas e pupas podem permanecer no solo por semanas ou meses. Por isso, tratar o solo e estimular o uso de calçados em locais contaminados são medidas fundamentais para diminuir a incidência da doença e para sua profilaxia. O uso de repelentes também é útil para diminuir a infestação. 

O quadro é geralmente assintomático, mas quando há impetiginização das lesões podem ocorrer eritema, edema, dor, prurido, pústulas, supuração, úlceras e deformidades dos dedos. Alcoólatras, portadores de doenças mentais e moradores de comunidades subdesenvolvidas são mais predispostos a desenvolver quadros disseminados, com infecção bacteriana secundária.

                                                                           

Pesquisa:Blog Podóloga Rosana Ribeiro

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